foto: Laura Toscani
Professor da noite, Marcelo Rospide e aluna kick offer Aline Ben,
Intervalo do Kick Off na Perestroika
Intervalo do Kick Off na Perestroika
Perestroika, noite de aula do Kick Off:
Nando Gross: “ - Rospide, se tu quiser fazer um intervalinho...”Marcelo Rospide: “- Não, não, vamos tocar.”
A aula do auxiliar técnico do Grêmio Marcelo Rospide ontem no Kick Off da Perestroika encerrou perto das 23 horas e como se percebe no diálogo acima a empolgação não era só dos alunos do curso. O assunto era planificação, programação e periodização do treino no futebol, e do conteúdo assimilado em aula deu para ter certeza que existe muito trabalho por trás de um “simples” treino de futebol e que profissionais como o nosso professor de ontem dão muito valor para a importância de um trabalho bem realizado.
“Eu vejo o futebol de outra maneira.” Rospide fez questão de mostrar seu olhar diferente e seus métodos de trabalho e análise de partida e de adversário. Ele acredita que o treinador deve ter convicção no seu modelo de jogo, conhecer e respeitar o histórico do clube onde trabalha, na importância da conversa próxima com os jogadores e no conhecimento das características dos seus atletas. Marcelo Rospide apresentou sua forma de trabalhar e se mostrou um profissional que busca a quebra de paradigmas no futebol, defendeu com opinião e segurança suas afirmações e demonstrou acima de tudo confiança no seu trabalho. Para Rospide, o técnico precisa saber mexer no “botãozinho” certo durante o jogo, posicionar as peças do seu time e fazer os jogadores compreenderem o que devem fazer dentro de campo, a idéia de jogo, tendo ao mesmo tempo o poder de tomada de decisão em uma partida. Uma das colocações que mais gostei durante a aula foi sobre a questão da velocidade de um jogador, isso porque gosto do futebol jogado com o “cérebro”, aquela jogada que ninguém esperava, a solução do craque que tanto encanta o futebol: o jogador mais rápido é aquele que corre menos mas que se posiciona com inteligência dentro de campo.
Ontem entendi quando muitos jornalistas o apontavam como um profissional preparado para assumir o Grêmio, mas para assumir como treinador. Acompanhando ontem a apresentação de sua trajetória pelo clube percebi que Rospide já assumiu o Grêmio de todas as formas, como investimento de carreira, investimento na sua própria vida, assumiu na hora difícil, segurou o time até a chegada do próximo treinador, foi um “Rubinho Barrichello” para um “Michael Schumacher” como comparou um colega no final da aula. Mas acima de tudo, acho que Rospide assumiu a confiança no seu próprio trabalho no Grêmio e assumiu que a vaidade não tem espaço quando se valoriza o profissionalismo. Muitas vezes acreditar no próprio trabalho e seguir se esforçando vale mais que partir para uma “aventura” empolgando-se com o momento e sem pensar muito nas consequências a longo prazo. O profissionalismo cada vez mais mostra que por trás de um futebol bem organizado existem pessoas bem preparadas e trabalhando muito, mesmo.