Ele tinha uma grande dificuldade de vencer a gagueira. Ele se tratou com diversos especialistas. Ele desistiu de tentar. Até que uma nação inteira suplicou por um líder que os comandasse às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Ele era George VI, Albert Frederick Arthur George (1895-1952), pai da atual rainha Elizabeth II que é também personagem do filme aparecendo ainda criança. Desde os 4 anos Bertie (apelido familiar de George VI) sofreu com a gagueira, problema que afeta muito a vida de um membro da realeza britânica que precisa se fazer ouvir por uma nação entrando em guerra. Rei George V faleceu em 1936 deixando o trono para o primeiro sucessor, Edward (1894-1972), que abdicou do comando em nome de uma paixão não aceita pela realeza. O império britânico estava carente de um líder e George VI precisava falar a seu povo. O roteiro conta a volta por cima de "Bertie", desde antes da morte de seu pai ele tenta de todas as formar vencer a gagueira. A história mostra sua desistência e a renovação de esperança quando sua incansável esposa Elizabeth Bowes-Lyon (Helena Bonham Carter), descobre nos classificados os serviços de Lionel Logue (Geoffrey Rush), um nada adequado especialista em problemas na fala. Entre os momentos mais curiosos está quando George VI assiste e inveja um discurso de Adolf Hitler: "Não entendo nada do que ele diz, mas parece bem convincente." Colin Firth mostra com raro talento os anseios de um rei que precisa falar a seu povo e para isso vencer a maior dificuldade de sua vida.
Trio parada dura no Oscar 2011: atriz coadjuvante, melhor ator e ator coadjuvante |
O discurso do rei concorre hoje à noite a 12 estatuetas do Oscar, e com todos os méritos. O filme atravessa a avenida no tempo certo, suas alas são impecáveis, a harmonia e a delicadeza do enredo emociona e os grandes destaques ficam por conta do trio de atores principais. Colin Firth como George VI provavelmente interpretou o mais expressivo papel de sua carreira e é o favorito a levar para casa a premiação, ao seu lado Geoffrey Rush e Helena Bonham Carter (ambos concorrem a ator e atriz coadjuvantes) formam um trio difícil de ser batido hoje a noite na premiação mais importante do cinema mundial. Apesar disso acredito que O discurso do rei não levanta a torcida no final do desfile, mas com certeza prende a atenção de cada um e emociona por sua delicadeza em contar essa história verídica. Ao colher informações para o roteiro do filme, David Sedler chegou a procurar Elizabeth Bowes-Lyon (viúva do Rei George VI, morta em 2002) mas a realeza pediu que o filme não fosse feito enquanto ela estivesse viva: "A memória desses eventos ainda é muito dolorosa", respondeu.
Superação. Amizade. Força. Emoção. O discurso do rei chega pomposo ao Oscar, e com um jeito sutil de fazer qualquer gago soltar a garganta e dizer: "and the Oscar goes to...".