terça-feira, 21 de setembro de 2010

One Dog, One Way

Pequenas coisas. Dia chuvoso, pós-festa, ressaca e ainda sim ter que ir ao trabalho. Foi o meu domingo do dia 12 de setembro de 2010. No caminho, passando pelos Bombeiros, um cachorrinho molhado com cara de "me adota" esbarrou em mim em uma poça d'água. Olhou pra cima bem nos meus olhos e uma gota de água caiu bem na testa do bichano. Ele se sacudiu um pouco e pegou o embalo, deve ter pensado "- Achei alguém pra caminhar na chuva comigo". Eu pensei: "- Será que esse cachorro vai me acompanhar na chuva até a tv?". Afinal, o que restava para os dois? Pra mim chuva e trabalho, pra ele... chuva? Achamos companhia, e assim foi até eu chegar na RBS de Santa Cruz, eu virava esquina, ele virava junto, quando eu apertava o passo pra chegar no horário o meu mais novo amigo apressava as patinhas batendo na água como se não houvesse mais chuva alguma. Passos, quadras, ruas, pouco a pouco eu ia me impressionando com a minha companhia, vira e mexe ele se empolgava e logo me procurava e se postava novamente ao meu lado, percorrendo o caminho que eu ia escolhendo e que normalmente faço quase todos os dias.

Fiquei sabendo que depois que entrei no prédio da RBS ele ainda ficou um tempo me esperando na frente da emissora até encontrar um casal de idosos pra fazer companhia e seguir a jornada dele. Quando eu vi o cãozinho na chuva na frente dos Bombeiros achei que ele procurasse companhia, mas depois percebi que ele procurava alguém que precisasse da companhia dele. A minha gata é assim, apesar de falarem tão mal dos gatos, me fez companhia em todos esses dias de gripe e conjuntivite em que eu não podia chegar perto de nenhum ser humano. No meio da madrugada sem conseguir dormir eu sentia o focinho gelado dela batendo nos meus dedos, ou as patinhas nas minhas costas fazendo "pãozinho" ou quando eu estava mal demais pra fazer qualquer coisa ela deitava do lado e se esfregava de mansinho, arrancando ao menos um sorriso do meu rosto de olhos vermelhos e nariz inchado. Claro que não esqueço os escândalos matinais da grande Hermione: "- Miau! Raumm! Miauuuu! Raummm! Haummm". Tradução simultânea: "- Levanta da cama, o sol já tá batendo na janela, eu quero comer e ficar deitada no sol o dia todo, acorda, me dá comida e abre a casa, agora!" Me resta obedecer, quando eu percebo já estou de pé fazendo alguma coisa de útil e apreciando o sol que realmente estava muito bonito e merecia uma janela aberta.

Os animais são... simples assim e na maioria das vezes a gente não percebe. Nunca mais vi meu amigo cão, mas registrei uma foto dele logo acima com o meu celular bem no momento em que ele corrigia a rota pra continuar ao meu lado. Existem momentos tão simples na vida que chegam a parecer mágicos.

Nenhum comentário: