quarta-feira, 29 de julho de 2009

Família Buscapé na virada contra o Santo André

Foto: Aline Ben (Eu e Bibi em Porto Alegre)

Mas tu vê que de rima eu tô bem hoje! Pelo menos na rima, porque esse post está realmente atrasado, e não vou colocar a culpa no meu Notebook que foi passar umas férias na assistência técnica, e nem no meu celular que não faz ligação, a semana começou boa demais para sair colocando culpa nos meus amigos eletrônicos. Afinal de contas não estou completamente excluída do mundo da comunicação, ainda me resta a internet e os computadores da produtora e o meu de casa que segue firme e forte.

Então era isso mesmo, querem saber como foi assistir o jogo do Grêmio X Santo André nas cadeiras do Olímpico Munumental? Angustiante. Apesar de ter assistido ao gol do Souza do melhor ângulo possível (não, eu não gravei e não mandei para o gol do internauta), eu não sei o que me deixava mais nervosa: os vendedores ambulantes das cadeiras, o frio de 7º com sensação térmica de 0º, a minha sobrinha me perguntando onde estava o Tcheco, minha mãe me perguntando onde estava o Souza ou as duas me perguntando se ia ter taça no final do jogo.

Mas falando sério, assumo que foi até a realização de um sonho levar minha mãe de 69 anos no Olímpico. Além dela, fomos eu, minha sobrinha/afilhada de 8 anos e minha irmã Rosane com o marido "colorado" Antônio. Na chegada enquanto minha irmã queria que eu presenciasse a emoção da mãe entrando pela primeira vez ao Estádio eu corri pro banheiro, o chimarrão da viagem inteira fez efeito. Mas não perdi a emoção quando a mãe viu o Souza pela primeira vez ao vivo e a cores e no frio:

Foto: Daniel Marenco (Clic RBS)
Dona Ignês: "- Ahhh, o meu amiguinho Souza."
Dessa forma o jogo nem tinha começado e os primeiros minutos foram localizando o Souza em campo pra mãe e o Tcheco pra minha sobrinha.
Bibiana: "- Tataline, onde tá o Tcheco?"
Eu: "- Ali Bibi, dando entrevista pros dois titios da TV."
Bibiana: "- Onde Tata?"
Eu: "- Ali Bibi, bem aqui na frente, ele tá com a faixa amarela de capitão no braço."
Bibiana: "- Não tô vendo Tata."
Eu: "- Bem aqui na frente Bibi, tem um titio de colete laranja e outro titio de colete branco entrevistando ele."
Bibiana: "- Hummm."

Minutos depois começa o jogo...
Bibiana: "- Tataline, onde tá o Tcheco?"
Eu: "- Peraí... ali Bibi, é sempre o que tá com a faixa amarela no braço."
3 minutos depois...
Bibiana: "- Tataline... cadê o Tcheco?"
Eu: "- Hummm, lá na frente Bibi, aquele que tá abanando pedindo a bola."

Abanando pedindo a bola? Nesse momento eu fiz a primeira constatação futebolística sobre o jogo, o capitão do Grêmio se postou várias vezes mais a frente, dentro da grande área. Nos primeiro minutos de jogo driblou a zaga do Santo André e já obrigou o goleiro Neneca a trabalhar. É bom ver o Tcheco assim, o tricolor carece de finalizações e o time está trabalhando nisso. Prova contundente é que dos três gols marcados pelo Grêmio nesse jogo, dois foram do zagueiro Rafael Marques. Mas ainda me passou pela cabeça se o posicionamento do camisa 10 do Grêmio não traduzia uma vontade de abrir o placar no Olímpico e fazer as pazes com a parte da torcida que anda questionando o "bonitinho" capitão gremista.

No entanto, foi o Santo André que começou abrindo o placar e pior, no meio das pernas do goleiro Victor. Aos 19 minutos Marcelinho Carioca chamava a atenção da zaga tricolor quando Antônio Flávio ficou livre pra marcar. Apesar do gol, o Grêmio estava dominando o jogo.

Bibiana: " - Tataline, olha lá o Victor pulando! Não tem nada pra ele fazer!"

O time gaúcho sofreu com o primeiro gol do Santo André e ficou um pouco nervoso em campo. E nervosos estavam os torcedores nas cadeiras, e eu prevendo que ia ter que explicar o significado de vários palavrões, adiantei meu meio campo e passei meus fones pra minha sobrinha enquanto a torcida insultava a mãe do juiz.
Eu: "- Bibi, escuta a Gaúcha, escuta a Gaúcha."

Vale a pena registrar a animação do pessoal da Geral naquele frio e a emoção da minha sobrinha escutando o "Inter cagão, Inter cagão...", música que eu tinha ensinado dias antes pra ela.

Bibiana: "- Olha mãe, a música da Tataline!"

Quando a torcida resolveu atirar o pau no Inter e mandar tomar naquele lugar e a minha sobrinha seguia prestando atenção na letra eu apelei novamente para meus fones e a transmissão da Gaúcha. Enquanto isso a minha mãe atacou de técnica de futebol.
Dona Ignês: "O Autuori precisa conversar com eles no intervalo, eles ficam amontoados! Precisam jogar mais pros lados."

E não é que a Dona Ignês tinha razão. Nem precisou da conversa do Autuori e ainda no primeiro tempo, aos 42 minutos, Souza cobrou escanteio e Rafael Marques entrou pra cabecear.

Foto: Edu Andrade/Gazeta Press (Terra)

Bibiana: "- Tata! Tata! Quem fez o gol?"
Eu: "- O Rafael Marques Bibi."
Bibiana: "- Qual o número do Rafael Marques?"
Eu: "Hummm, peraí..."
2 minutos depois...
Bibiana: "- Qual o número do Rafael Marques Tata??"
Eu: "Bibi, não dá pra ver, ele é aquele ali que tá atrás ali, do lado do Léo."
Bibiana: "- Aquele que tá com a mão na cabeça?"
Eu: "- Esse mesmo Bibi."
Bibiana: "- Tá, mas qual é o número dele?"
Eu em pensamento: "- Acaba primeiro tempo, por favor acaba..."

E não tinha acabado ainda, 3 minutos depois do gol do Rafa Marques, Souza recebeu a bola pela direita e pintou o Estádio Olímpico em gritos e sorrisos com um dos mais belos gols do Grêmio na temporada. A bola voou em curva e foi parar nas redes, no canto direito do goleiro Neneca.

Intervalo de jogo, Grêmio ganhando de virada, o frio só piora e minutos antes de começar o segundo tempo...
Bibiana: "- Tata, vai comigo buscar pipoca?"
Eu: "- Corre Bibi, Corre!"

No segundo tempo o Grêmio administrou o jogo e ainda conseguiu ampliar aos 33 minutos com a mesma dupla em ação, cruzamento de Souza e cabeceio de Rafael Marques. Sim, nessa altura do jogo eu já tinha visto o número da camisa do zagueiro tricolor.

Como eu falava no início do texto, acho importante o Grêmio jogar mais ofensivo, com gols dos zagueiro e dos jogadores do meio-campo se posicionando mais a frente, buscando a finalização. Os torcedores estão cansados de ver cruzamentos passarem solitários na área adversária, sem um quero-quero que seja pra desviar a bola. Novamente faltou efetividade do ataque gremista, Jonas realmente não fez um bom jogo e a falta de Máxi López foi sentida. Herrera tentou muito, como sempre, mas esbarrou na trave e nas mãos do goleiro Neneca, que diz a amiga imprensa que fez ótima defesa após um chute do argentino.

Foto: Roberto Vinícius/Ag. Free Lancer/Futura Press (Terra)

Eu não vi nada porque me ocorreu um momento de tensão no segundo tempo de jogo:
Bibiana: "- Tataline, me leva no banheiro!"

E levantou e foi indo, as crianças não obedecem mais como antigamente. Eu resolvi não discutir muito quando vi que o Tcheco seria substituído e antes que ela visse isso, fui atrás dela.
Pelo menos houve um momento de vitória dentro do banheiro:
Bibiana: "-Tataaa. Eu sou gremista!"

Na volta, a braçadeira de capitão estava com o Souza, daí se foram os meus problemas. A Bibi achava que o Souza era o Tcheco, a mãe achava que o Souza era o Souza e o Jadílson era o Souza também, por que não? Naquele final de tarde e início de noite no Olímpico o Souza foi grande parte do time do Grêmio mesmo.
Dona Ignês: "- Como ele corre pelo campo inteiro né?"

Nesse meio tempo o jogador Nunes do Santo André foi expulso. Fato que não evitou que o último lance do jogo fosse o segundo gol do time paulista, com Ricardo Goulart aos 48 minutos do segundo tempo. Após modificações feitas pelo técnico Paulo Autuori o Grêmio estava jogando com o Souza mais a frente, no lugar de Jonas que foi substituído pelo garoto Isael, Joíson que entrou no lugar do capitão Tcheco, formava junto com Isael o novo meio-campo do Grêmio. O time gaúcho não mantinha a mesma efetividade, mas não deixaram de ser interessantes as variações colocadas por Paulo Autuori, principalmente a oportunidade de ver Souza jogando mais adiantado.

Em tempo ainda: Gosto do garoto Mário Fernandes, gosto mesmo. E foi bonito ver ele levantando a torcida em vários lances em que se adiantava para apoiar o ataque gremista.

Bem, sei que depois do segundo gol do Santo André o juiz Alício Pena Júnior apitou o fim do jogo. (Aliás, momento de agradecimento aos juízes do Brasil que deixam o jogo ser jogado. Amém.)

E depois disso eu passei a prestar atenção em outra coisa que acontecia ao meu redor: esfriava, e muito.


Epílogo:
Acha que ser dinda é fácil? Pensou que as perguntas se limitavam ao número do Rafael Marques e onde está o Tcheco? Segue abaixo os inúmeros questionamentos de uma criança de 8 anos na sua primeira vez no Olímpico:
"- Quantos anos o Grêmio tem?"
"- Qual o nome verdadeiro do Tcheco?"
"- Quem é o 7?"
"- Quem é o 11? "
"- Por que o Victor tá pulando?"
"- Por que derrubaram o Tcheco?"
"- O que a torcida tá cantando?"
"- Onde tá o Autuori?"
"- Por que o Autuori não tá ali gritando?"
"- No final do jogo eles vão ganhar a taça?"
"- Tata, tá 2 a 3 pro Grêmio?"
"- Qual o número do Souza?"
"- Tata, sério que se eu disser que sou colorada eles vão me dar uns tapas?"
Frase final: "O jogador mais bonito do Grêmio pra mim é o Tcheco, mas o jogador mais bonito de todos é o Kaká!"
Essas crianças estão crescendo.

5 comentários:

mmelz disse...

só tu consegue fazer posts mais longos que os meus!!!!

Lemão disse...

Era colorada mesmo?!

Aline Ben disse...

Era... mas como no Grenal Centenário, vencemos mais essa... hehehe.

juliana borba disse...

Bha muito bom bom mesmoooo..
Beijos continue escrevendo bem assim que eu continuo lendo e um dia eu vou pedir o autografooo.ehehehehe

Ismael Sturmer disse...

Tá, mas e qual o número do Rafael Marques?

hauhauahuaha


Mto bom Aline!!!