White Collar :: O Cartoon e o Sr. Engravatado

Lealdade. Amizade. Confiança. White Collar é muito mais que uma comédia policial. O roteiro é inteligente, tanto no humor quanto na trama policial. Em cada episódio, um caso diferente, e por trás dessas histórias correm os roteiros individuais dos personagens. A principal força do seriado está nessas relações que se constroem entre os papéis dos atores. Destaque para a amizade entre Neal e Peter e para o impagável Mozzie. Além da esposa de Peter, Elizabeth Burke, que mesmo correndo por fora chama a atenção como personagem secundária na série.

Quarteto principal do seriado: Tim DeKay, Tiffani Thiessen, 
Matthew Bomer e Willie Garson

O seriado trata de uma divisão do FBI destinada a investigar os chamados crimes de colarinho branco, que são os delitos contra propriedade, fraudes, crimes coorporativos, acobertamentos ou abusos de confiança que envolvem pessoas em altos cargos e que não caracterizam o uso de violência. A diferença é que essa divisão do FBI tem como "consultor" um presidiário, o vigarista Neal Caffrey.

A equipe é comandada pelo agente Peter Burke (Tim DeKay), de "Carnivàle", mas apesar de todos serem muito fiéis a Burke, o agente sente que falta uma peça para seu time ficar completo. Aí que entra a figura de Neal Caffrey (Matthew Bomer), de "O Massacre da Serra Elétrica: O Início" e "Chuck". Ele é um criminoso especialista em fraudes e roubos de obras de arte. Depois de uma caça de gato e rato, Burke prende Caffrey. O mistério começa quando alguns meses antes de cumprir a sua pena Neal foge da prisão e só um agente pode recapturá-lo: Peter Burke. Depois de ser preso de novo, Neal se oferece para ajudar a equipe do agende do FBI utilizando de sua experiência para solucionar os casos de crimes de colarinho branco. Peter, de tanto investigar e prender Neal, se torna um grande admirador da sua inteligência e convence o FBI a fechar o acordo com Caffrey. 

Neal (Matt Bomer) e Peter (Tim DeKay) 
formam uma dupla afinada no FBI

         

De inimigos a amigos incondicionais. A partir daí essa tranformação começa a acontecer na vida dos dois principais personagens da série. Burke se surpreende a cada caso com a inteligência e originalidade de Neal e até com a sua ousadia.  Em um dos momentos clássicos da série, ainda no primeiro episódio, Peter diz a Neal que ele só pode ter saído de um Cartoon, tanto pelas suas ideias como por  seu jeito de vestir com  o inseparável chapéu. 

Peter e Neal no desfecho do primeiro caso da dupla 
no Episódio Piloto

     

A relação dos dois se baseia no ganho de confiança a cada caso resolvido. Mesmo Peter tendo o poder de controlar Neal pela sua tornozeleira de monitoramento e podendo devolvê-lo para a prisão se ele não se comportar, Neal seguidamente burla as regras e irrita e preocupa o agente do FBI. Na maiorias das vezes Burke vira um defensor de Neal e vive um dilema: quer acreditar que Neal esta se mantendo na linha mas tem receio que esteja errado e se decepcione. Por outro lado, Neal aos poucos reconhece no "chefe" um grande amigo e passa a ouvir os conselhos de Peter. É aí que a série ganha momentos emocionantes, onde diversas vezes um salva a vida do outro, e eles se veem em momentos em que a confiança mútua é a melhor força que eles poderiam ter. Os dois se tornam uma arma poderosa do FBI contra os criminosos de colarinho branco e uma ferramenta eficiente em emocionar e arrancar gargalhadas de quem acompanha a série.

A relação de Neal e Peter torna muitos momentos 
de White Collar emocionantes

        

O porém nessa relação é o ponto fraco de Neal e a principal causa do seu pedido de parceria com o FBI: a busca incessante por Kate, seu amor incondicional. Caffrey acredita que Kate foi raptada e quando não está ajudando Peter ele tem o auxílio de Mozzie para achar sua amada. Aí temos mais um destaque do elenco: Mozzie ou Mozz (Willie Garson,) de "Sex and the City 1 e 2", ele é o fiel amigo de Neal e o ajuda inclusive a solucionar os casos do FBI. 

Willie Garson rouba a cena em White Collar como 
o divertido e estranho Mozzie

Esse personagem é fantástico, Mozzie tem características muito peculiares que o tornam um ser estranho e ao mesmo tempo "fofo", não tem como não querer ter um amigo desses para resolver nossos problemas. Uma das tiradas mais engraçadas da série é o apelido que Mozzie dá a Peter: "Mr. Suits" (Sr. Engravatado), por consequência a mulher de Peter vira "Mrs. Suits". Uma das cenas mais cômicas de White Collar são os encontros com Mozzie, que morre de medo de ser fichado pelo FBI. Quando ele começa a participar do dia a dia da equipe de Burke, os agentes precisam decifrar as charadas de Mozz para descobrir onde encontrá-lo e aceitar as "regras" de relacionamento que ele impõe.

Peter "disfarçando" uma conversa com Mozzie

     
Eu estou terminando de assistir a 2ª Temporada e indico principalmente o episódio 10 "Burke's Seven", algo como "Os Sete Homens de Burke". Nessa altura Peter é afastado do FBI e a união da sua equipe é posta a prova. Sem o auxílio dos métodos tradicionais nossos heróis precisam trabalhar para limpar o nome de Burke, incriminado injustamente. Esse episódio resume o mais bacana da série: a união de amigos e colegas de trabalho que ajudam uns aos outros, situação cada vez mais rara hoje em dia. Entre os "homens de Burke" esta inclusive sua esposa Elizabeth (Tiffani Thiessen), de "Beverly Hills 90210", outra personagem de destaque. Elizabeth ajuda Neal a ganhar a confiança de Peter e por vezes participa da solução dos casos, normalmente protagonizando situações cômicas. Além do relacionamento dela com Peter, é claro, que é fofo de bonitinho.



Peter Burke bancando o cowboy em "Burke's Seven"

         
O seriado encerrou a 2ª Temporada agora no início do ano, aqui no Brasil quem exibe é o canal pago FOX. Na TV aberta a Rede Globo começou a exibir o seriado agora em março. Você já pode encontrar na internet o Box da 1ª Temporada, com extras bem bacanas como  os erros de gravação. Se a série em si já garante cenas hilárias imagine os erros, vale a pena conferir. A USA Network já confirmou a 3ª Temporada da Série com 16 episódios, as gravações já começaram na metade do mês de março e a estreia está prevista nos Estados Unidos para o dia 13 de julho de 2011. Uma dica bacana para quem gostar do seriado é seguir no twitter o criador de White Collar, Jeff Eastin (@jeffeastin), seguidamente ele twitta fotos dos bastidores e promove desafios e promoções para os fãs.

Segue o Trailer do episódio que comentei nesse post: "Burke's Seven". Para quem gosta de comédia policial, mais policial e menos comédia, é um prato cheio, principalmente depois do anúncio que The Closer encerra as atividades depois da próxima temporada. Não desanimei, ainda tenho pipoca e ainda tenho a companhia do Cartoon e do Sr. Engravatado.

Dexter e True Blood

Dois vídeos bacanas que achei por aí na internet, faz uns dias que separei eles pra colocar aqui mas fui me passando. O primeiro é para os fãs da série Dexter, que comecei a ver só agora recentemente. Bruno Carvalho, do blog Ligado em Série, visitou o apartamento do Dexter em Miami. Acho muito bacana conhecer os sets de locação de séries e filmes e pra matar nossa curiosidade o Bruno fez uma gravação que vocês podem conferir abaixo.  Adorei a edição também, o vídeo ainda teve a colaboração de Daniel e Marcos França. Confiram abaixo:

Outro vídeo que eu separei foi um Teaser da 4ª Temporada do True Blood, "Waiting Sucks", com o Vampiro Eric. O seriado passa na HBO nos Estados Unidos e volta agora na metade do ano no verão deles. Meninas, vão por mim, vale a pena ver. Sem mais.

"Lutar e lutar. Até que os cordeiros se tornem leões"

Verdade ou Lenda na história britânica, 
Robin Hood é realidade no cinema

A lenda de Robin Hood é conhecida principalmente através do cinema e da televisão. O Príncipe dos Ladrões é um herói mítico da Inglaterra, considerado um fora-da-lei pelo reino britânico ele vivia pela floresta de Sherwood, perto de Nottingham, roubando dos ricos para dar aos pobres. Sua habilidade no arco e flecha, amigos fiéis como Frei Tuck e João Pequeno, sua paixão Maid Marian e a fidelidade dos moradores da cidade transformam Robin em um herói do povo de Sherwood e também da história da Inglaterra.

Se Robin Hood realmente existiu não se sabe, a certeza é que sua lenda ultrapassa gerações. Um dos seus primeiros registros está no poema épico chamado Piers Plowman, escrito por William Langland em 1377. Historiadores contemporâneos não citam Robin Hood em seus trabalhos, para muitos a lenda pode ter sido criada para simbolizar a luta do povo na Idada Média contra a cobrança abusiva de impostos e a proibição da caça para sustento do povo, leis sustentadas por um reino autoritário.

Russel Crowe dá vida ao personagem 
na versão de 2010 de Ridley Scott

Robin of Locksley, filho do Barão Locksley, virou Robin Hood, o "Hood" surgiu em uma relação com o chapéu de pena que o arqueiro usava. Segundo alguns historiadores viveu entre os anos de 1160 a 1247, era um cruzado do Rei Ricardo I, conhecido como Rei Coração de Leão. Depois de se tornar prisioneiro no retorno das Cruzadas, Robin fugiu e junto com seus companheiros passou a lutar contra a opressão do reino e a favor da liberdade. É assim que Ridley Scott, diretor do filme "Robin Hood" (2010), começa a contar a sua versão, com roteiro de Brian Helgeland, baseado em história de Brian Helgeland, Ethan Reiff e Cyrus Voris.

São quase duas horas e meia de um longa-metragem que começa devagar, mas desenrola de uma forma que você se vê torcendo para Robin, para a Inglaterra e contra os traidores e franceses malvados. Crowe está fantástico no papel do príncipe dos ladrões, encanta nos momentos em que precisa demostrar a liderança  de Robin e também é sutil em situações que deixa a reação dos outros personagens embalar o roteiro e o desfecho das suas relações. No papel de Maid Marian está Cate Blanchett, aí é quase covardia. A atriz faz um casal perfeito com Russel, além é claro do talento e da identificação com o estilo de filme. Blanchett interpretou a Rainha Elizabeth I em dois longas: Elizabeth e Elizabeth: The Golden Age, em ambos foi indicada ao prêmio de Oscar de Melhor Atriz. 


Adorei o casal principal e descobri na sequência que Blanchett não foi a primeira e nem a segunda opção para o papel, só assumiu a Lady Marian depois que Siena Miller teve que desistir da personagem devido a conflitos na agenda. Já Russel, aos 45 anos, foi o ator mais velho a interpretar Robin Hood, Sean Connery estava perto dos 45 quando filmou Robin e Marian em 1976. Para responder a quem o achava velho e fora de forma para o papel, Crowe encarou uma dieta antes das gravações iniciarem. Deu resultado, Robin Hood está esbanjando charme como em 1991 quando Kevin Costner interpretou o herói. O resto da turma de Hood é composta por Mark Addy, de "Ou Tudo Ou Nada", como Frei Tuck, Kevin Durand, de Lost e X-Men Origens, como João Pequeno e Scott Grimes, o Archie Morris de E.R., como Will Scarlet.

Robin Hood comanda o grupo de fugitivos 
das Cruzadas do Rei Ricardo I

          
Vi um pouco atrasada esse filme, isso é uma realidade, mas se existe alguém ainda mais atrasado que eu vale a pena o investimento. Eu já tenho vontade de assistir de novo. Seguem a ficha técnica e dois trailers do longa-metragem.

título original:Robin Hood

gênero:Aventura

duração:2 hr 28 min

ano de lançamento: 2010

site oficial: http://www.robinhoodthemovie.com/

estúdio: Universal Pictures | Imagine Entertainment | Relativity Media | Scott Free Productions

distribuidora: Universal Pictures (EUA) | United International Pictures - UIP

direção: Ridley Scott

roteiro: Brian Helgeland, baseado em história de Brian Helgeland, Ethan Reiff e Cyrus Voris

produção: Russell Crowe, Brian Grazer e Ridley Scott

música: Marc Streitenfeld

fotografia: John Mathieson

direção de arte: David Allday, Ray Chan e Karen Wakefield

figurino: Janty Yates

edição: Pietro Scalia

efeitos especiais:Centroid Motion Capture | Hammerhead Productions | Moving Picture Company | Lola Visual Effects | Plowman Craven & Associates

Gostaria de lembrar também da versão do filme em que Kevin Kostner interpreta o Príncipe dos Ladrões, vi um incontável números de vezes esse filme, esse sim poderia passar na Sessão da Tarde uma vez por mês. Agora em 2010 ganhou um irmão à altura para contar a história do herói de Sherwood. Nessa versão com Costner a direção foi de Kevin Reynolds, o filme concorreu ao Oscar de Melhor Canção Original por "(Everything I Do) I Do It For You". O elenco foi formado por outros nomes de peso como Sean Connery, Morgan Freeman e Christian Slater. Na história Robin volta de uma cruzada e descobre que seu pai foi morto pelos homens do xerife de Nottingam (Alan Rickman), partidário do Príncipe João, que lutam para manter o Rei Ricardo longe do poder. Hood se une a um grupo de camponeses que vive na floresta assaltando homens do xerife e luta para colocar Rei Ricardo I de volta no comando de seu reino.

Kevin Kostner interpreta Robin Hood na versão de 1991

Conhecer a lenda de Robin Hood é mais que diversão, é conhecer um herói que mesmo sem termos a certeza de sua existência deixou um recado para que não nos curvemos à lideranças cruéis e injustas. Para não aceitarmos o que é imposto pela lei do mais forte e para que não tenhamos medo de lutar pelo que é certo e justo, mesmo que sejamos taxados de loucos, ladrões ou foras-da-lei. Qualquer semelhança com a sua vida real não é mera coincidência.